Uma desigualdade invisível, mas real
Embora as mulheres tenham conquistado espaço no mercado de trabalho, ainda enfrentam desafios significativos quando se trata de finanças pessoais — especialmente em relação aos investimentos. Diversas pesquisas, como a da B3 e da Anbima, mostram que mulheres representam apenas cerca de 25% do total de investidores no Brasil.
Mas por que isso acontece? E o mais importante: como podemos mudar essa realidade ainda em 2025?
Neste artigo, vamos abordar os principais fatores que contribuem para essa desigualdade e oferecer caminhos práticos e acessíveis para que mais mulheres se tornem investidoras conscientes e confiantes.
Mulheres e investimentos: um retrato atual
Segundo dados da B3, embora o número de mulheres investindo tenha crescido nos últimos anos, a lacuna de gênero, por outro lado, ainda é evidente. De modo geral, os homens continuam sendo maioria nas bolsas, nos fundos e até mesmo na renda fixa.
Alguns números importantes:
Apenas 1 em cada 4 investidores da Bolsa de Valores é mulher.
Quando investem, as mulheres costumam aplicar valores menores do que os homens.
Muitas mulheres ainda delegam decisões financeiras a seus parceiros ou familiares.
Isso, no entanto, não significa que as mulheres sejam menos capazes. Muito pelo contrário, aliás. Estudos da Fidelity Investments apontam que mulheres, quando investem, obtêm resultados médios superiores aos dos homens, principalmente por serem mais cautelosas, disciplinadas e pensarem no longo prazo.
Por que as mulheres investem menos?
A resposta é complexa e envolve uma combinação de fatores culturais, sociais, econômicos e psicológicos. Veja os principais:
1. Falta de representatividade
Durante décadas, o universo dos investimentos foi construído por e para homens. Nesse contexto, a linguagem técnica, o foco em performance e os estereótipos reforçados pela mídia acabaram afastando muitas mulheres desse ambiente.
Além disso, é raro ver mulheres como especialistas em finanças sendo representadas em painéis, propagandas ou livros — o que, consequentemente, reforça a sensação de que “isso não é para mim”.
2. Carga mental e falta de tempo
Além de trabalhar fora, muitas mulheres ainda são responsáveis pela maior parte do trabalho doméstico e do cuidado com os filhos. Como resultado, o tempo disponível para estudar sobre finanças e tomar decisões de investimento acaba sendo bastante reduzido.
Consequentemente, essa sobrecarga se traduz em uma falta de energia mental para lidar com temas considerados complexos ou que exigem planejamento de longo prazo.
3. Medo de errar
Enquanto os homens, em geral, tendem a assumir mais riscos, as mulheres, por outro lado, costumam ser mais avessas a perdas. Essa característica pode ser uma vantagem em muitos casos, mas também se torna um entrave quando o medo paralisa.
Por esse motivo, muitas mulheres preferem deixar o dinheiro na poupança — mesmo sabendo que rende menos — por receio de fazer escolhas erradas em investimentos mais arrojados.
4. Diferenças salariais e menor acúmulo de patrimônio
Ademais, ainda existe uma diferença salarial significativa entre homens e mulheres, especialmente entre cargos de liderança. Essa disparidade impacta diretamente na capacidade de poupança e investimento.
Além disso, mulheres tendem a ter carreiras interrompidas por maternidade e maior expectativa de vida, o que exige ainda mais planejamento financeiro.
Como mudar esse cenário ainda em 2025?
Apesar dos desafios, há muitas oportunidades para transformar esse cenário. A seguir, reunimos algumas ações práticas para que mais mulheres assumam o protagonismo de suas finanças e comecem a investir com segurança:
1. Educação financeira com linguagem acessível
É fundamental que os conteúdos sobre investimentos sejam mais inclusivos, acessíveis e livres de jargões técnicos. Plataformas como a Renda Consciente já vêm cumprindo esse papel com excelência.
Cursos gratuitos, vídeos no YouTube, perfis no Instagram e newsletters escritos por mulheres têm ajudado a desmistificar o mundo dos investimentos.
📌 Dica de leitura: Mulheres e Dinheiro: Desafios e Conquistas.
2. Comece pequeno, mas comece
Você não precisa ter muito dinheiro para investir. Hoje, já é possível aplicar a partir de R$ 1 em Tesouro Direto ou usar plataformas como NuInvest, Rico e Warren para montar uma carteira personalizada.
O importante é criar o hábito, nem que seja com valores simbólicos. Isso ajuda a construir confiança e familiaridade com o processo.
3. Crie grupos de apoio e trocas
Muitas mulheres têm criado grupos de WhatsApp, clubes de investimento ou rodas de conversa para trocar experiências, aprender juntas e tirar dúvidas.
Esses espaços são potentes para construir uma cultura de apoio, escuta e ação coletiva.
4. Busque inspiração em outras mulheres
Existem muitas histórias inspiradoras de mulheres que conquistaram liberdade financeira através dos investimentos — mesmo começando do zero. Conhecê-las ajuda a ampliar os horizontes do que é possível.
📌 Veja também: Mentalidade Financeira.
5. Integre investimentos ao seu planejamento de vida
Investir não deve ser algo separado da sua realidade. Pelo contrário, é importante alinhar os investimentos aos seus objetivos: comprar um imóvel, fazer uma viagem, garantir uma aposentadoria confortável, abrir um negócio…
Dessa forma, quando os investimentos têm propósito, fica mais fácil mantê-los no radar.
O papel das instituições financeiras
Além da iniciativa individual, é essencial que bancos, corretoras e plataformas de educação financeira façam sua parte. Algumas ações importantes incluem:
Promover campanhas educativas voltadas para mulheres.
Criar produtos de investimento com linguagem clara e acessível.
Trazer mais mulheres especialistas para cargos de liderança e visibilidade.
Combater ativamente o viés de gênero no atendimento ao cliente.
Investir também é um ato político
Assumir as rédeas das próprias finanças é, para muitas mulheres, um ato de resistência e empoderamento. Investir não é apenas multiplicar dinheiro — é garantir autonomia, segurança e liberdade de escolha.
Num mundo ainda desigual, mulheres que investem estão construindo um futuro com mais equidade.
Mais mulheres no comando do próprio dinheiro
A transformação já começou, mas ainda há muito caminho a ser percorrido. Para mudar o cenário de mulheres e investimentos em 2025, é necessário quebrar mitos, compartilhar conhecimento e incentivar a prática.
Investir não precisa ser difícil, nem exclusivo. Precisa apenas ser acessível, intencional e conectado com os objetivos de vida de cada mulher.
Seja você uma jovem começando no mercado de trabalho ou uma mulher madura pensando na aposentadoria, nunca é tarde para começar. O momento de dar o primeiro passo é agora.
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